JOÃO PARAIBANO
Qua, 24 de Novembro de 2010 13:13 José Lucas de Barros
JOÃO PARAIBANO(João Pereira da Luz), Princesa Isabel – PB, 7-10-1953, poeta e repentista dos melhores de todos os tempos. Simples, bem inspirado, seguro na estruturação do verso, alinha-se no rol dos grandes nomes da cantoria nordestina. É um dos astros permanentes no palco dos festivais de cantoria da região. Repentista nato, sabe temperar com emoção e graça seus versos doces e espontâneos, que entram em nossos ouvidos como um canto de sereia, enfeitiçando e seduzindo. Ninguém lhe nega o talento de poeta e a justa fama de cantador.
Paraibano fazia uma dessas noitadas sertanejas, na euforia das primeiras chuvas, quando o companheiro de luta lhe disse algo assim:
“Como é bom cantar sentindo
o cheiro de chão molhado!”
Paraibano beliscou as cordas da viola e cantou feliz:
“Cai a chuva no telhado,
a dona pega e coloca
uma lata na goteira,
onde a água faz barroca:
cada pingo é um baião
que o fundo da lata toca.”
Um companheiro de cantoria, em luta com João Paraibano, lembrou-lhe a chegada da velhice, dada a presença dos cabelos brancos que já lhe enfeitavam a fronte:
“A velhice vem chegando;
é preciso ter cuidado!”
Paraibano respondeu magistralmente:
“Estou ficando cansado,
o corpo sem energia...
Jesus pintou meu cabelo
no final da boemia,
pintou mas nem perguntou
qual era a cor que eu queria!”
João Paraibano, numa cantoria em que era saudada a chegada da chuva no sertão, improvisou alegre:
“Quando esbalda o nevoeiro,
rasga-se a nuvem, a água rola,
um sapo vomita espuma;
onde o boi passa se atola,
e a fartura esconde o saco
que a fome pedia esmola.”
Paraibano fazia uma dessas noitadas sertanejas, na euforia das primeiras chuvas, quando o companheiro de luta lhe disse algo assim:
“Como é bom cantar sentindo
o cheiro de chão molhado!”
Paraibano beliscou as cordas da viola e cantou feliz:
“Cai a chuva no telhado,
a dona pega e coloca
uma lata na goteira,
onde a água faz barroca:
cada pingo é um baião
que o fundo da lata toca.”
Um companheiro de cantoria, em luta com João Paraibano, lembrou-lhe a chegada da velhice, dada a presença dos cabelos brancos que já lhe enfeitavam a fronte:
“A velhice vem chegando;
é preciso ter cuidado!”
Paraibano respondeu magistralmente:
“Estou ficando cansado,
o corpo sem energia...
Jesus pintou meu cabelo
no final da boemia,
pintou mas nem perguntou
qual era a cor que eu queria!”
João Paraibano, numa cantoria em que era saudada a chegada da chuva no sertão, improvisou alegre:
“Quando esbalda o nevoeiro,
rasga-se a nuvem, a água rola,
um sapo vomita espuma;
onde o boi passa se atola,
e a fartura esconde o saco
que a fome pedia esmola.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário