POEMA MULHER DE VIDA FÁCIL
AUTOR: ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA (IGUATU/JUCÁS-CE)
VIDA TRISTE DA POBRE MERETRIZ
SALONISTA DAS CASAS INDECENTES
DISTRAIDA ATRAVÉS DE INTORPECENTES
P´RA FAZER TUDO O QUANTO ELA NÃO QUÍZ
QUANDO ARRANJA UM AMOR É INFELIZ
QUE É NASCIDA DE FARRA E BEBEDEIRA
DISTRAÍDA NAQUELA BRINCADEIRA
ESQUECE VIDA DE PAZ E DE VIRTUDE
PERDE A CALMA, O SONO E A SAÚDE
EMBRIAGADA NA FARRA A NOITE INTEIRA
A MULHER QUANDO É NOVA SE INVAIDECE
COM AMORES, COM TRAJES E PERFUMES
ILUDE ALGUÉM COM OLHARES E CIUMES
COM ABRAÇO E COM BEIJO QUE APARECE
NO MAIS FRACO AMBIENTE COMPARECE
SE DIVERTE EM BRINQUEDO, FARRA E DANÇA
SE ENVOLVE NO ÓDIO E NA VINGANÇA
COM PRAZER FAZ TRAIÇÃO E FALSIDADE
QUANDO CAI NO FRACASSO DA IDADE
SÓ MISÉRIA LHE CHEGA DE HERANÇA
A MUNDANA ACEITA CABARÉ
COMO LAR DE REPOUSO E RESIDENCIA
NÃO ACREDITA NA SANTA PROVIDÊNCIA
E NEM SABE UMA IGREJA COMO É
É PAUPÉRRIMA DEMAIS A SUA FÉ
NÃO ENTENDE O QUE É A LITURGIA
DESRESPEITA O PADRE, A SACRISTIA
IGNORA UM ANCIÃO QUE ESTÁ REZANDO
E SÓ SE LEMBRA QUE DEUS EXISTE QUANDO
DESGARRADA, SEM NADA, VER-SE UM DIA
QUANDO É NOVA A MULHER PENSA SER NOBRE
METIDA EM LUXO SE JOGA EM BEBEDEIRA
E SÓ DEPOIS DE TODA ESSA BAGACEIRA
É QUE SE LEMBRA QUE A CARNE É SUJA E POBRE
ALUCINADA ESTRAGA O ÚLTIMO COBRE
INVETERADA NUM COPO DE BEBIDA
SE CAMINHA NA RUA É DISTRAÍDA
EM SUA CASA LHE FALTA O PRÓPRIO PÃO
SE TRANSPORTA ESCORADA NUM BALCÃO
E SE ALIMENTA COM SOBRA DE COMIDA
A MULHER QUE NÃO PENSA FAZ SEU SHOW
BEBENDO DOSE EM TODO BOTEQUIM
POR GOZAÇÃO PEDE A BEBIDA MAIS RUIM
E P´RA BEBER SE ESCORA EM BENGALÔ
SEU PRAZER É ESTÁ COM GIGOLÔ
MAIS DEPOIS DA MOCIDADE VENCIDA
SE TORNA FEIA, DOENTE , ABORRECIDA
QUE A VELHICE APAGA SEUS DESEJOS
SEM AFAGO, CARINHO, ABRAÇO E BEIJOS
SOLITÁRIA TERMINA A TRISTE VIDA
A MUNDANA VER NA SOCIEDADE
FOTOCÓPIA DO CORPO DO ORGULHO
SEM LEMBRAR QUE DEPOIS VAI DAR MERGULHO
NA CACIMBA BARRENTA DA IDADE
QUANDO PERDE O PRAZER DA VAIDADE
E POR CERTO IMBECIL, INCULTO, GAMA
EM MÃOS FRÁGEIS TERMINA SEU PROGRAMA
QUE A MORTE DE VIR NÃO ESQUECE A DATA
A TERRA COME A MATÉRIA PUTREFATA
QUE DE PÚS VIRA PÓ, VASCULHO E LAMA
A MUNDANA SE FINGE TER AMOR
A UM HOMEM QUE TEM CAPACIDADE
MÁS POR CAUSA, SÒMENTE, DA IDADE
COMEÇA TRAÍ-LO NO SETOR
DEIXA UM HOMEM QUE É TRABALHADOR
PARA ÍR DEBRUÇAR-SE NA JANELA
ESCUTAR UM “ COIÓ “ QUE VEM P´RA ELA
MUITAS VÊZES DE UM “ GIGA” VAGABUNDO
ELA PENSA ENGANAR A TODO MUNDO
E O ENGANO RECAI POR CIMA DELA
Amigo agradeço se vc publicar.
Um abraço!
Meu poeta! Antonio Alves!Parabens.Lindo trabalho!
ResponderExcluirPreciso amar alguem
Que me olhe nos olhos
Me aqueça com seus carinhos
E me leve em longos beijos
A imaginarios caminhos
Me sentir a mais amada
Viver um amor de verdade
Fazendo valer a pena
O amor sem vaidade
Sentir nas coisas pequenas
A verdadeira felicidade
Amar é o melhor remedio!
Abraço desta que nao vai te esquecer.
Socorro Porfirio!
Olá Socorro vc é poetisa...Obrigadolinda um grande abraço!
ResponderExcluirO Vento na Ilha
ResponderExcluirVento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.
Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.
Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei, meu amor
Soneto XXIV
ResponderExcluirAmor, amor, as nuvens à torre do céu
subiram como triunfantes lavadeiras,
e tudo ardeu em azul, foi tudo estrela:
o mar, a nave, o dia se desterraram juntos.
Vem ver as cerejeiras da água constelada
e a clave redonda do rápido universo,
vem tocar o fogo do azul instantâneo,
vem antes que suas pétalas se consumam.
Aqui não há senão luz, quantidades, cachos,
espaço aberto pelas virtudes do vento
até entregar os últimos segredos da espuma.
E entre tantos azul-celestes, submergidos,
se perdem nossos olhos adivinhando apeas
os poderes do ar, as chaves submarinas.
Antes de Amar-te...
POEMA
ResponderExcluirÉbrio de terebintina e longos beijos
estival, o veleiro das rosas eu dirijo,
dobrado para a morte do finíssimo dia,
cimentado no sólido frenesi marinho.
Pálido e amarrado à minha água devorante
passo no azedo cheiro do clima descoberto,
vestido ainda de cinzento e sons amargos,
e uma cimeira triste de abandonada espuma.
Vou, duro de paixões, montado na minha onda, única,
lunar, solar, ardente e frio, repentino,
adormecido na garganta das afortunadas
ilhas brancas e doces como nádegas frescas.
Treme na úmida noite o meu vestido de beijos
loucamente carregado de elétricas gestões,
de modo heróico dividido em sonhos
e embriagadoras rosas exercitando-se em mim.
Contra a corrente, no meio das ondas externas,
o teu paralelo corpo aperta-se nos meus braços
como um peixe infinitamente amarrado à minha alma
rápido e lento na energia subceleste.
PERDÃO SE PELOS MEUS OLHOS
ResponderExcluirPERDÃO SE PELOS meus olhos não chegou
mais claridade que a espuma marinha,
perdão porque meu espaço
se estende sem amparo
e não termina:
- monótono é meu canto,
minha palavra é um pássaro sombrio,
fauna de pedra e mar, o desconsolo
de um planeta invernal, incorruptível.
Perdão por esta sucessão de água,
da rocha, a espuma, o delírio da maré
- assim é minha solidão -
saltos bruscos de sal contra os muros
de meu ser secreto, de tal maneira
que eu sou uma parte do inverno,
da mesma extensão que se repete
de sino em sino em tantas ondas
e de um silêncio como cabeleira,
silêncio de alga, como submergido.
É de gente da forma de socorro
ResponderExcluirque o poeta andarilho mais precisa
ela chega cheirosa igual perfume
e macia e suave como a brisa
fala em grota, chapada,ilha e morro
e eu posso dizer que a Socorro
é, de fato, uma grande poetisa...
Um abraço!