quarta-feira, 15 de julho de 2009

VAQUEJADA CULTURA NORDESTINA

História da Vaquejada


"Vaquejada é um esporte, do nordeste brasileiro, tem mulher e tem vaqueiro que gosta de forrozá"

NO NORDESTE DO BRASIL, COMO TUDO COMEÇOU
Pelos meados da década de 40, mas sem registros precisos de data, a corrida de mourão começou a se tornar um esporte popular na região nordeste, na medida em que os vaqueiros das fazendas do sul da Bahia ao norte do Ceará, começaram a tornar público suas habilidades e de seus cavalos na lida com o gado. O rebanho, criado solto na caatinga e no cerrado, era manejado pelo sertanejo com muita dificuldade, devido a quantidade de espinhos e pontas de galhos secos que entrelaçavam seu caminho; os laços quase sempre ficavam atados às selas enquanto os vaqueiros faziam verdadeiros malabarismos, com o animal em movimento, para escapar dos arranhões e derrubar, pelo rabo, o animal que estivesse precisando de alguma assistência. Com o passar do tempo as montarias, que eram basicamente formadas por cavalos nativos daquela região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. O chão de terra batida e cascalho, companheiro dos peões aboiadores "de sol a sol", deu seu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e um regulamento. Uma banda de forró, dois repentistas e muita mulher bonita, acabaram fazendo do nordestino de hoje, sem o laço e sem o gibão, um desportista nato e orgulhoso de suas raízes. Com o passar do tempo, o esporte se popularizou de tal forma que existem clubes e associações de vaqueiros em todos os estados do nordeste, calendários com datas marcadas e até patrocinadores de peso, dando apoio aos eventos, que envolvem um espírito de competição e um clima de festa capaz de arrastar multidões e "embreagar" de emoção quem dele participa.

A vaquejada é a festa mais popular e tradicional do ciclo do gado nordestino. De início a vaquejada, marcava apenas o encerramento festivo de uma etapa de trabalho. Reunir o gado, ferá-lo, castrá-lo e depois conduzi-lo para a "invernada" onde ainda existissem pastos verdes - esse era o trabalho essencial dos vaqueiros. Os coroneis e senhores de engenho, após perceberem que a vaquejada poderia ser um passatempo para as suas mulheres, e seus filhos, tornaram a festa um novo esporte.
Quando perceberam que a vaquejada poderia ser um esporte os coroneis e senhores de engenho começaram a organizar algumas disputas, onde os participantes eram os seus vaqueiros. Atualmente, a vaquejada é uma festa que se comemora sobre um cenário em que dois personagens essenciais são os bois e o vaqueiro. Estas festas tinham como principais características:
- Os participantes eram apenas os vaqueiros dos coroneis.- Os coroneis faziam apostas entre si.- Não existiam as famosas inscrições.- Não existiam premiações para os campeões- Os coronéis davam um "agrado" para os vaqueiros que ganhavam
Após alguns anos de vaquejada como sendo um esporte restrito aos vaqueiros de senhores de engenho ou de coroneis, pequenos fazendeiros começaram a promover algumas vaquejadas, onde para se participar era preciso apenas que se pagasse uma pequena quantia em dinheiro, e era concedido ao vaqueiro que tinha pago, a oportunidade de se participar da festa, algumas regras foram criadas para este novo modelo de vaquejada. Cada dupla teria direito a correr três bois, onde oprimeiro boi teria um valor de pontuação correspondente a 8 (oitos) pontos,o segundo boi 9 (nove) pontos, e o terceiro boi valendo 10 (dez) pontos, estes pontos eram somados e no final era feita a contagem de pontos, a dupla que somasse mais ponto era considerada a campeã, e recebia um valor em dinheiro. Este tipo de vaquejada foi, e ainda é popularmente chamado de "Bolão".
Aqui estão algumas palavras tiradas dos peões da VAQUEJADA no Nordeste.Peitoral - É a faixa de couro para proteger o peito do animal de possíveis acidentes na pista.Véstia ou gibão - Espécie de casaco que o vaqueiro veste sobre a camisa.Guarda Peito - Tem a finalidade de proteger o tórax do vaqueiro. É ligado por correias ou tiras em forma de X, po trás dos ombros.Perneiras ou guardas - O vaqueiro veste para proteger-se até a cintura contra espinhos ou outros riscos em sua ação na pista.Boi riscado - Quando o boi pára bruscamente.Mandioqueiro ou Jacu - Vaqueiro iniciante.Afundar a mão - O vaqueiro impulsiona mão para baixo no momento em que se prepara para derrubar o boi.Sair do boi - Cavalo bom que muda de direção na hora da derrubada.Queimado - O boi que cai tocando a marca de cal nos 10 metros.Boi chiado - Boi de fora para dentro da faixa.Afrouxar - Abrir a mão na hora da derrubada.Abrir a tampa - Soltar o boi.Rabo da Gata - Vaqueiro chamado e não comparecido, ficando, então, para correr no último rodízio.Valeu Boi - O boi foi válido e os pontos são computados para o final.Arrocha o Nó - Não abrir a mão no momento em que for derrubar o boi.Zero - O boi não foi válido para a contagem de pontos.Ficou no meio - O vaqueiro cai do cavalono meio da faixa.

Um comentário:

Antonio Cícero da Silva(Águia) disse...

A vaquejada é cultura regional nordestina. O Brasil é rico em cultura e o nordeste, está incluído neste pacote, por ser região em que apresenta a muitos eventos em assuntos diversos... E a muito tempo, o povão nordestino apresentam eparticipam das vaquejadas... Parabéns, pela brilhante matéria, apresentada ao mundo...

Antonio Cícero da Silva(Águia), escritor e poeta, filho de São José do Belmonte/PE e residente em Carapicuiba/SP.