segunda-feira, 28 de março de 2011

OLINDA PERNAMBUCO




   

   
 
Postado por Ivan Maurício em 30/03/2008 09:28

OLINDA (1)

Passeio poético pela cidade-patrimônio
Olinda, a primeira capital de Pernambuco, está a seis quilômetros do Recife. É conhecida como a cidade da tradição, das oito colinas, das ladeiras, dos sobrados coloniais com os seus balcões mouriscos, das fachadas de azulejos portugueses, o berço das principais ordens religiosas e dos cursos jurídicos do Brasil, sem falar dos seus animados carnavais.

Fundada pelo primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, tem na lenda a origem do seu nome: "Um galego 'natural da Galícia', andando com outros por entre o mato buscando o sítio onde se edificasse 'a vila', achando este que é um monte alto, disse com exclamação e alegria: O'linda!", como conta Frei Vicente do Salvador, no livro História do Brasil 1500-1627.


Em 25 de novembro de 1631, Olinda foi destruída por um grande incêndio, provocado pelas tropas holandesas da Companhia das Índias Ocidentais, que resolveram estabelecer no Recife a sede do governo do Brasil Holandês. Só após a expulsão dos holandeses, em 27 de janeiro de 1654, é que foram iniciados os trabalhos de reconstrução da primitiva vila, já perdendo em hegemonia para a situação privilegiada do Recife com o seu porto.


RELIGIÃO - Logo ao chegar a Olinda, no Largo do Varadouro, o turista vai encontrar o Mercado Eufrásio Barbosa, onde poderá ver manifestações folclóricas, particularmente no período que antecede o Carnaval.


Contornando o morro de São Bento, pela Avenida Sigismundo Gonçalves, chega-se à igreja do Convento do Carmo de Santo Antônio, berço da ordem da camelita em terras do Brasil, com sua construção iniciada em 1588. Descendo o morro do Carmo, segue-se pela Ladeira de São Francisco, onde o visitante poderá conhecer o mais antigo convento franciscano do Brasil, o de Nossa Senhora das Neves (1585) que, com a capela da Ordem Terceira, forma um dos mais importantes conjuntos de arte religiosa barroca no Brasil.


Seguindo a caminhada, chega-se ao Seminário, onde em 1551 Duarte Coelho ergueu a ermida de Nossa Senhora da Graça, por ele doada aos padres jusuítas, com as terras do morro ao seu redor, para que inciassem a catequização dos indígenas. Os padres da Companhia instalaram um horto botânico, a fim de nele aclimatar as primeiras mudas de plantas trazidas de outros continentes para o Brasil, e o Colégio de Olinda (1568). Com a expulsão dos jusuítas do Brasil, em 1759, ficou o prédio abandonado até 1796 quando, por ordem do Príncipe D. João, foi doado ao bispo Dom Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, para que nele fosse instalado o Seminário Episcopal da Nossa Senhora da Graça, solenemente inaugurada em 16 de fevereiro de 1800.


ALTO DA SÉ - Descendo a ladeira, chega-se à Sé de Olinda. Neste morro, o panorama visto do Alto da Sé e do Largo da Misericórdia propicia aos olhos do visitante momentos de rara beleza. Foram estas vistas que despertaram a veia poética de Joaquim Nabuco que, em crônica escrita em 1887, assim as descreve: "o olhar não precisa mover-se para apanhar a totalidade do cenário que se prolonga à beira do mar, salpicado das velas brancas das jangadas, penas destacadas das grandes asas da coragem, do sacrifício e também da necessidade humanas!". Para o poeta Carlos Pena Filho, "Olinda é só para os olhos,/ não se apalpa, é só desejo. /Ninguém diz: é lá que eu moro. /Diz somente: é lá que eu vejo".


É no Alto da Sé que se encontram as mais antigas construções da primitiva sede da "Nova Lusitânia", como era chamada por Duarte Coelho a capitania de Pernambuco. Lá estão a Sé de Olinda (uma igreja de três naves sob a devoção do Salvador do Mundo, erquida em 1540), o recolhimento da Conceição (1585), a igreja da Misericórdia (antiga capela da Santa Casa de Misericórdia de Olinda, datada de 1540, trazendo na fachada as armas do Rei D. Sebastião e no seu interior preciosos azulejos e exemplares de belas talhas douradas (...)



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