sábado, 19 de março de 2011

JOÃO PARAIBANO (BIOGRAFIA)

 JOÃO PARAIBANO

 Qua, 24 de Novembro de 2010 13:13 José Lucas de Barros

JOÃO PARAIBANO(João Pereira da Luz), Princesa Isabel – PB, 7-10-1953, poeta e repentista dos melhores de todos os tempos. Simples, bem inspirado, seguro na estruturação do verso, alinha-se no rol dos grandes nomes da cantoria nordestina. É um dos astros permanentes no palco dos festivais de cantoria da região. Repentista nato, sabe temperar com emoção e graça seus versos doces e espontâneos, que entram em nossos ouvidos como um canto de sereia, enfeitiçando e seduzindo. Ninguém lhe nega o talento de poeta e a justa fama de cantador.

Paraibano fazia uma dessas noitadas sertanejas, na euforia das primeiras chuvas, quando o companheiro de luta lhe disse algo assim:


“Como é bom cantar sentindo

o cheiro de chão molhado!”

Paraibano beliscou as cordas da viola e cantou feliz:


“Cai a chuva no telhado,

a dona pega e coloca
uma lata na goteira,
onde a água faz barroca:
cada pingo é um baião
que o fundo da lata toca.”

Um companheiro de cantoria, em luta com João Paraibano, lembrou-lhe a chegada da velhice, dada a presença dos cabelos brancos que já lhe enfeitavam a fronte:


“A velhice vem chegando;

é preciso ter cuidado!”

Paraibano respondeu magistralmente:


“Estou ficando cansado,

o corpo sem energia...
Jesus pintou meu cabelo
no final da boemia,
pintou mas nem perguntou
qual era a cor que eu queria!”

João Paraibano, numa cantoria em que era saudada a chegada da chuva no sertão, improvisou alegre:


“Quando esbalda o nevoeiro,

rasga-se a nuvem, a água rola,
um sapo vomita espuma;
onde o boi passa se atola,
e a fartura esconde o saco
que a fome pedia esmola.”

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