domingo, 21 de outubro de 2012

ONILDO BARBOSA-RETRATO DA SECA


Sertanejo sentindo a sede, 
E a fome que tanto devora 
Matulão lá no pé da parede 
Só lhe resta vontade a gora 
De juntar a família tristonha, 
Já cansada de tanto sofrer 
Deixar tudo pra traz e ir embora. 

Já morreu minha vaca pintada 
E de sede o cavalo alazão, 
Jaçanã foi pra longe e deixou 

Asa branca caída no chão, 
O vaqueiro também já se foi 
Só deixou o chapéu e o gibão, 
Joelhado olhou pra o são francisco, 
E pediu a transposição. 

Bis. 

O sertão assolado sem chuva 
Tanta
água no rio que corre 

Despejando lá no oceano 
E aqui tanta vida que morre, 
Quem está na elite não ver, 
O sofrer e nem tem compaixão, 
Sem lembrar que lá, tem gente morando. 
E em tão puco que existe o sertão. 

Já morreu minha vaca pintada 
E de sede o cavalo alazão 
Jaçanã foi pra longe e deixou 
Asa branca caída no chão, 
O vaqueiro também já se foi 
Só deixou o chapéu e o gibão, 
Joelhado olhou pra o são francisco, 
E pediu a transposição. (bis)

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