O poeta cearense Geraldo Amâncio critica duramente cantadores que têm o hábito de escrever versos para cantá-los. A declaração foi feita neste sábado (29), em conversa descontraída e leve com Evandro Nogueira no quadro “Sem Pauta” do programa Sábado Show. Ao defender o improviso como marca essencial do cantador, Amâncio diz que, como o auxílio da internet, “hoje, eles vão à lua e voltam em um minuto, mas isso não é improviso. Isso é um assassinato!”, defende.
Geraldo Amâncio defende o improviso como essência do cantador. Foto: Murilo Viana
O poeta faz elogios á nova geração, mas é nostálgico em relação à criatividade dos cantadores de seu tempo. “Há uma nova geração muito talentosa, mas que não traz novas melodias, novas modalidades de cantoria. A geração que nos antecede eu considero mais talentosa em termos de improviso. Eu acredito no cantador que canta o momento, o instante”.
Com novo livro, Amâncio pretende “acabar com o silêncio em torno do Caldeirão”
A literatura do poeta é tão extensa que nem ele consegue ser preciso quanto aos números. É autor de cerca de 8 livros, todos em versos, e mais 15 em cordel, com várias temáticas nordestinas. O último deles chama-se “De Repente Cantoria” e foi lançado no dia 2 de maio deste ano, no Ideal Clube.
Já está a caminho o próximo livro do poeta que será sobre a comunidade do Caldeirão, comunidade liderada pelo beato José Lourenço no começo do século XX, no Crato, interior do Ceará. “Eu quero contribuir no aspecto de contar a verdade: dizer que os membros da igreja da época foram os grandes culpados (pela repressão à comunidade), dizer que Pe. Cícero deixou um patrimônio enorme para os salezianos e o pagamento que eles deram foi contribuir para que o Caldeirão fosse destruído. Eu sei que vou mecher com muitas abelhas mas, mesmo que elas me ferroem, eu vou entrar por aí”, promete.
Fonte:verdinha.com.br
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