quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ANTÔNIO ALVES DE OLIVEIRA POETA







POEMA MULHER DE VIDA FÁCIL


AUTOR: ANTONIO ALVES DE OLIVEIRA (IGUATU/JUCÁS-CE)

VIDA TRISTE DA POBRE MERETRIZ

SALONISTA DAS CASAS INDECENTES

DISTRAIDA ATRAVÉS DE INTORPECENTES

P´RA FAZER TUDO O QUANTO ELA NÃO QUÍZ

QUANDO ARRANJA UM AMOR É INFELIZ

QUE É NASCIDA DE FARRA E BEBEDEIRA

DISTRAÍDA NAQUELA BRINCADEIRA

ESQUECE VIDA DE PAZ E DE VIRTUDE

PERDE A CALMA, O SONO E A SAÚDE

EMBRIAGADA NA FARRA A NOITE INTEIRA

A MULHER QUANDO É NOVA SE INVAIDECE

COM AMORES, COM TRAJES E PERFUMES

ILUDE ALGUÉM COM OLHARES E CIUMES

COM ABRAÇO E COM BEIJO QUE APARECE

NO MAIS FRACO AMBIENTE COMPARECE

SE DIVERTE EM BRINQUEDO, FARRA E DANÇA

SE ENVOLVE NO ÓDIO E NA VINGANÇA

COM PRAZER FAZ TRAIÇÃO E FALSIDADE

QUANDO CAI NO FRACASSO DA IDADE

SÓ MISÉRIA LHE CHEGA DE HERANÇA

A MUNDANA ACEITA CABARÉ

COMO LAR DE REPOUSO E RESIDENCIA

NÃO ACREDITA NA SANTA PROVIDÊNCIA

E NEM SABE UMA IGREJA COMO É

É PAUPÉRRIMA DEMAIS A SUA FÉ

NÃO ENTENDE O QUE É A LITURGIA

DESRESPEITA O PADRE, A SACRISTIA

IGNORA UM ANCIÃO QUE ESTÁ REZANDO

E SÓ SE LEMBRA QUE DEUS EXISTE QUANDO

DESGARRADA, SEM NADA, VER-SE UM DIA

QUANDO É NOVA A MULHER PENSA SER NOBRE

METIDA EM LUXO SE JOGA EM BEBEDEIRA

E SÓ DEPOIS DE TODA ESSA BAGACEIRA

É QUE SE LEMBRA QUE A CARNE É SUJA E POBRE

ALUCINADA ESTRAGA O ÚLTIMO COBRE

INVETERADA NUM COPO DE BEBIDA

SE CAMINHA NA RUA É DISTRAÍDA

EM SUA CASA LHE FALTA O PRÓPRIO PÃO

SE TRANSPORTA ESCORADA NUM BALCÃO

E SE ALIMENTA COM SOBRA DE COMIDA








A MULHER QUE NÃO PENSA FAZ SEU SHOW

BEBENDO DOSE EM TODO BOTEQUIM

POR GOZAÇÃO PEDE A BEBIDA MAIS RUIM

E P´RA BEBER SE ESCORA EM BENGALÔ

SEU PRAZER É ESTÁ COM GIGOLÔ

MAIS DEPOIS DA MOCIDADE VENCIDA

SE TORNA FEIA, DOENTE , ABORRECIDA

QUE A VELHICE APAGA SEUS DESEJOS

SEM AFAGO, CARINHO, ABRAÇO E BEIJOS

SOLITÁRIA TERMINA A TRISTE VIDA

A MUNDANA VER NA SOCIEDADE

FOTOCÓPIA DO CORPO DO ORGULHO

SEM LEMBRAR QUE DEPOIS VAI DAR MERGULHO

NA CACIMBA BARRENTA DA IDADE

QUANDO PERDE O PRAZER DA VAIDADE

E POR CERTO IMBECIL, INCULTO, GAMA

EM MÃOS FRÁGEIS TERMINA SEU PROGRAMA

QUE A MORTE DE VIR NÃO ESQUECE A DATA

A TERRA COME A MATÉRIA PUTREFATA

QUE DE PÚS VIRA PÓ, VASCULHO E LAMA

A MUNDANA SE FINGE TER AMOR

A UM HOMEM QUE TEM CAPACIDADE

MÁS POR CAUSA, SÒMENTE, DA IDADE

COMEÇA TRAÍ-LO NO SETOR

DEIXA UM HOMEM QUE É TRABALHADOR

PARA ÍR DEBRUÇAR-SE NA JANELA

ESCUTAR UM “ COIÓ “ QUE VEM P´RA ELA

MUITAS VÊZES DE UM “ GIGA” VAGABUNDO

ELA PENSA ENGANAR A TODO MUNDO

E O ENGANO RECAI POR CIMA DELA

Amigo agradeço se vc publicar.

Um abraço!

7 comentários:

Socorro Porfírio disse...

Meu poeta! Antonio Alves!Parabens.Lindo trabalho!
Preciso amar alguem
Que me olhe nos olhos
Me aqueça com seus carinhos
E me leve em longos beijos
A imaginarios caminhos

Me sentir a mais amada
Viver um amor de verdade
Fazendo valer a pena
O amor sem vaidade
Sentir nas coisas pequenas
A verdadeira felicidade

Amar é o melhor remedio!
Abraço desta que nao vai te esquecer.
Socorro Porfirio!

Alves disse...

Olá Socorro vc é poetisa...Obrigadolinda um grande abraço!

Socorro Porfírio disse...

O Vento na Ilha

Vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.

Quer me levar: escuta
como ele corre o mundo
para levar-me longe.

Esconde-me em teus braços
por esta noite erma,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.

Escuta como o vento
me chama galopando
para levar-me longe.
Como tua fronte na minha,
tua boca em minha boca,
atados nossos corpos
ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.

Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque
galopando na sombra,
enquanto eu, protegido
sob teus grandes olhos,
por esta noite só
descansarei, meu amor

Socorro Porfírio disse...

Soneto XXIV

Amor, amor, as nuvens à torre do céu
subiram como triunfantes lavadeiras,
e tudo ardeu em azul, foi tudo estrela:
o mar, a nave, o dia se desterraram juntos.

Vem ver as cerejeiras da água constelada
e a clave redonda do rápido universo,
vem tocar o fogo do azul instantâneo,
vem antes que suas pétalas se consumam.

Aqui não há senão luz, quantidades, cachos,
espaço aberto pelas virtudes do vento
até entregar os últimos segredos da espuma.

E entre tantos azul-celestes, submergidos,
se perdem nossos olhos adivinhando apeas
os poderes do ar, as chaves submarinas.
Antes de Amar-te...

Socorro Porfírio disse...

POEMA

Ébrio de terebintina e longos beijos
estival, o veleiro das rosas eu dirijo,
dobrado para a morte do finíssimo dia,
cimentado no sólido frenesi marinho.
Pálido e amarrado à minha água devorante
passo no azedo cheiro do clima descoberto,
vestido ainda de cinzento e sons amargos,
e uma cimeira triste de abandonada espuma.
Vou, duro de paixões, montado na minha onda, única,
lunar, solar, ardente e frio, repentino,
adormecido na garganta das afortunadas
ilhas brancas e doces como nádegas frescas.
Treme na úmida noite o meu vestido de beijos
loucamente carregado de elétricas gestões,
de modo heróico dividido em sonhos
e embriagadoras rosas exercitando-se em mim.
Contra a corrente, no meio das ondas externas,
o teu paralelo corpo aperta-se nos meus braços
como um peixe infinitamente amarrado à minha alma
rápido e lento na energia subceleste.

Socorro Porfírio disse...

PERDÃO SE PELOS MEUS OLHOS

PERDÃO SE PELOS meus olhos não chegou
mais claridade que a espuma marinha,
perdão porque meu espaço
se estende sem amparo
e não termina:
- monótono é meu canto,
minha palavra é um pássaro sombrio,
fauna de pedra e mar, o desconsolo
de um planeta invernal, incorruptível.
Perdão por esta sucessão de água,
da rocha, a espuma, o delírio da maré
- assim é minha solidão -

saltos bruscos de sal contra os muros
de meu ser secreto, de tal maneira
que eu sou uma parte do inverno,
da mesma extensão que se repete
de sino em sino em tantas ondas

e de um silêncio como cabeleira,
silêncio de alga, como submergido.

Alves disse...

É de gente da forma de socorro
que o poeta andarilho mais precisa
ela chega cheirosa igual perfume
e macia e suave como a brisa
fala em grota, chapada,ilha e morro
e eu posso dizer que a Socorro
é, de fato, uma grande poetisa...

Um abraço!